terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carta dos índios paresí ao mundo

Terra Indígena está em fase de demarcação - Imagem do Google Earth do local exato

Hoje, o mundo chora, o homem branco com fome de dinheiro, em nome do progresso, agora não respeita mais local sagrado da Terra dos Índios Paresi, chamado Ponte de Pedra. Ponte de Pedra é um lugar histórico de nossa tradição.

Também faz parte de um lugar sagrado de nossa história. Isto significa que estas histórias, já vêm desde a criação do mundo. Ponte de Pedra é a origem de toda a Nação Paresi. Lugar onde nasceu todos os homens do mundo.

Parcial da Ponte de Pedra
Local sagrado para os índios paresí-haliti 


Homem branco, já acabou com toda sua tradição, não respeita nada, constituição federal manda respeitar local tradicional do índio, ninguém respeita, querem construir uma Usina Hidrelétrica no rio Sucuruina, que vai inundar, arrebentar, destruir o local sagrado dos índios Paresi, já fizeram com outros índios, agora querem destruir Nação Paresi.

Governo federal mente, constituição federal manda cuidar do povo indígena, não cuida, empresta dinheiro para cuidar tradição e demarcar terra indígena, não faz, só compra carro, avião, fica rico, enquanto terra do índio é destruída. Precisa demarcar nossa terra sagrada Ponte de Pedra, urgentemente. Querem oferecer presente, como antigamente, agora índio não é mais bobo, precisa local sagrado, para Nação Paresi sobreviver.

Você que esta lendo esta história triste, peço ajuda, socorre povo paresi, se destruir local sagrado, Nação Paresi morre. Ajuda esta carta chegar ao Mundo, precisa denunciar matança de nosso povo.

Tangará da Serra - MT - Brasil, 21 de outubro de 1.999


Local onde hidrelétrica seria construída


Esta carta foi registrada no Escritório Regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), de Tangará da Serra, cidade vizinha ao local mítico dos índios paresí-haliti, localizado na divisa dos municípios de Campo Novo do Parecis, Diamantino e Nova Maringá.

Depois de muitas águas rolarem os índios paresí respiraram aliviados, pois em 2003, o juiz federal Jeferson Schneider decretou a nulidade do contrato de concessão e condenou a Funai a fazer a demarcação das terras da Ponte de Pedra no prazo de um ano. Sete anos se passaram e a demarcação ainda não aconteceu, mas, de acordo com a Funai, está em processo de identificação.