terça-feira, 23 de novembro de 2010

Salto Utiariti

Salto Utiariti

Vista parcial de uma das principais maravilhas naturais de Mato Grosso.
Situado a 65 quilômetros da cidade, na divisa dos municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal.
A queda d'água, uma das maiores de Mato Grosso e do Brasil, possui 95 metros.
Perfeito para rapel, banho e para quem quer momentos de relaxamento e contato com a natureza.
O lugar é mágico para os índios Paresí-Haliti. Segundo eles, atrás do lençol d'água existem espíritos chamados de Utia.








O clique é de Sílvia Schneiders!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pôr-do-Sol em Campo Novo do Parecis

Pôr-do-Sol em uma fazenda nas proximidades de Campo Novo do Parecis.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Paredão das Antas

Mergulho num local chamado de Paredão das Antas
Águas Cristalinas do Rio Verde

Areia colorida às margens do Rio Verde num local chamado de
Paredão das Antas


segunda-feira, 8 de março de 2010

Balneário Rio Verde

Área de Camping no Balneário Rio Verde.
Ponto Turístico situado a 12 quilômetros do centro da cidade. Um dos locais mais visitados pelos turistas que vêm à cidade.
Essencial para mergulho, apnéia e rafting.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carta dos índios paresí ao mundo

Terra Indígena está em fase de demarcação - Imagem do Google Earth do local exato

Hoje, o mundo chora, o homem branco com fome de dinheiro, em nome do progresso, agora não respeita mais local sagrado da Terra dos Índios Paresi, chamado Ponte de Pedra. Ponte de Pedra é um lugar histórico de nossa tradição.

Também faz parte de um lugar sagrado de nossa história. Isto significa que estas histórias, já vêm desde a criação do mundo. Ponte de Pedra é a origem de toda a Nação Paresi. Lugar onde nasceu todos os homens do mundo.

Parcial da Ponte de Pedra
Local sagrado para os índios paresí-haliti 


Homem branco, já acabou com toda sua tradição, não respeita nada, constituição federal manda respeitar local tradicional do índio, ninguém respeita, querem construir uma Usina Hidrelétrica no rio Sucuruina, que vai inundar, arrebentar, destruir o local sagrado dos índios Paresi, já fizeram com outros índios, agora querem destruir Nação Paresi.

Governo federal mente, constituição federal manda cuidar do povo indígena, não cuida, empresta dinheiro para cuidar tradição e demarcar terra indígena, não faz, só compra carro, avião, fica rico, enquanto terra do índio é destruída. Precisa demarcar nossa terra sagrada Ponte de Pedra, urgentemente. Querem oferecer presente, como antigamente, agora índio não é mais bobo, precisa local sagrado, para Nação Paresi sobreviver.

Você que esta lendo esta história triste, peço ajuda, socorre povo paresi, se destruir local sagrado, Nação Paresi morre. Ajuda esta carta chegar ao Mundo, precisa denunciar matança de nosso povo.

Tangará da Serra - MT - Brasil, 21 de outubro de 1.999


Local onde hidrelétrica seria construída


Esta carta foi registrada no Escritório Regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), de Tangará da Serra, cidade vizinha ao local mítico dos índios paresí-haliti, localizado na divisa dos municípios de Campo Novo do Parecis, Diamantino e Nova Maringá.

Depois de muitas águas rolarem os índios paresí respiraram aliviados, pois em 2003, o juiz federal Jeferson Schneider decretou a nulidade do contrato de concessão e condenou a Funai a fazer a demarcação das terras da Ponte de Pedra no prazo de um ano. Sete anos se passaram e a demarcação ainda não aconteceu, mas, de acordo com a Funai, está em processo de identificação.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Crianças Paresí-Haliti

Eu entre duas crianças indígenas da etnia Paresí-Haliti. Foto tirada em 2007 durante os I Jogos Interculturais Indígenas de Mato Grosso ocorridos em Campo Novo do Parecis.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A rodovia dos Índios


A cultura de um povo em risco...


Uma estradinha de cascalho fora aberta em meio a Terra Indígena Utiariti no início da década de 1990. Naquela época, Campo Novo do Parecis, hoje uma cidade rica e próspera, era um pequeno amontoado de casebres e uma grande concentração de colonos dispostos a desbravar o que fora chamado de “chapadão inóspito e triste” por Roquette-Pinto em 1917.

Antes de abrir a precária estrada, o então prefeito campopareciense, Zeul Fedrizzi, procurou lideranças indígenas da etnia Paresi-haliti e, por diversas vezes teve um ‘não’ como resposta. João Arezomae (João Garimpeiro), o cacique-geral, foi um dos que negou “de pés juntos” a abertura do caminho ligando os rios Verde e Papagaio, limite geográfico das terras deste povo.

Depois de muito diálogo, Fedrizzi conseguiu convencer os indígenas sobre a importância de se ter uma estrada passando pelas aldeias. Em 1991, ele colocou as máquinas da Prefeitura para abrir o que ele próprio chama de ‘picada’. Motosserra, trator e um correntão foram usados para abrir um corredor em meio ao cerrado que predomina(va) nesta região.

O que ele [Zeul] não esperava é que a Justiça interviesse. Em 1991, quando a estrada já cortava a imensidão Utiariti, o ex-prefeito foi processado por abrir a trilha em terra indígena, ‘intocável’ na época. Hoje, João Garimpeiro, com 99 anos, diz que naquele tempo a Fundação Nacional do Índio (Funai) era ‘mais ruim de mexer’. Zeul responde ao processo até hoje.

Dezoito anos se passaram e a estradinha arenosa virou rodovia estadual asfaltada, batizada de João Arezomae (MT-235), uma homenagem ao ancião chefe do povo Paresi-haliti. Ao discursar para políticos e centenas de populares as margens do Rio Papagaio, no dia da inauguração, o ancião de voz cansada e palavras mal pronunciadas, disse: “índio qué estrada, mas qué cultura de índio preservada também”.

A rodovia passa próximo as aldeias Seringal, Bacaval e 04 Cachoeiras e trará muitos benefícios aos povos que ali habitam (transporte, educação, saúde, renda), mas este progresso deve custar caro. A indescritível cultura de um povo, o colorido de seus penachos, o ruído uníssono de suas canções e a inigualável beleza de suas matas e rios estão em xeque-mate.

Os penachos já dão lugar, há tempos, ao jeans e o som já tem outras notas. Os mais jovens dirigem camionetas 4x4, cantam sertanejo e dançam ‘psy’. Lhes é proibido vender bebidas alcoólicas, mas mesmo assim, eles tem acesso fácil a estas ilicitudes. As matas, que há muito vêm sendo alvo de queimadas e degradações, irão pelo chão.

Os paresi são pioneiros no plantio de soja, arrendam suas terras para sojicultores e já enfrentaram a Funai para poder fazer isso. Em 2004, a cacique Miriam Kazaizokairo declarou: "O artesanato não tem mais valor e a soja é vendida em dólar". Na mesma ocasião Miriam disse que a entidade não atende mais às necessidades dos índios e que eles já adquiriram outra cultura. "Se ficarmos parados no tempo, vamos virar peça de museu", garantiu.

O que dizer de tudo isso se os próprios índios paresi são favoráveis? “Ninguém mantém a cultura morrendo de fome”, relatou um. Atualmente a soja é um tapete verde entorno das aldeias e a caça e a pesca não são mais a principal fonte de alimentação deles. O contato com a civilização criou nos índios necessidades novas, resta saber se eles derrubarão a floresta nativa de suas reservas para a expansão da produção agrícola.